Transcrição do episódio #9: Luca

O sul do sul do sul do mundo estava imerso embaixo de um oceano congelado. Alienado, esquecido no seu atraso e ainda convencido de que era o melhor governo do universo, lutava uma batalha entre seus pares que o consumia dia a dia enquanto alguns poucos enriqueciam e o resto minguava.

No país governava um governo militar como um ‘mal necessário’ para impedir que ‘o mal do comunismo se espalhe pelo continente’: assim como em outro países da América Latina na esfera de influência política americana da guerra fria, o importante era ter governos fortes que podiam fazer qualquer coisa, matar seus habitantes de fome, deixá-los na ignorância, mas nunca deixar o comunismo se alastrar.

Então a dura capa de gelo da repressão política mantinha a sociedade congelada e hipnotizada no patriotismo cego enquanto os anos passavam.

Poderiam passar mais 300 anos lutando contra o perigo do comunismo e vendo na TV receitas de tricô e comédias pastelão, mas os problemas econômicos fizeram o governo militar ver sua popularidade cair. 

E daí tiveram a pior das idéias: desengavetar um velho projeto de invasão das ilhas Malvinas para aumentar a popularidade.

Tropas foram levadas. Milhares de soldados chegaram nas ilhas, nossas ilhas, resgatadas das horríveis garras do imperialismo britânico, estávamos mostrando ao mundo que as Malvinas são argentinas, que a pátria e a soberania jamais será pisada, que…

Invadir as ilhas Malvinas funcionou muito bem. Por dois meses. Quando de fato o império chegou, a guerra foi curta, impiedosa, e o circo dos militares argentinos caiu de vez.

O governo se desmanchou como um castelo de cartas. A lenda de sua eficiência e patriotismo se desfez. A guerra comprometeu para sempre a sua imagem imaculada. E ainda havia as Madres de Playa de Mayo e outras entidades reclamando por desaparecidos, mostrando que  precisava acabar de uma vez essa maldita luta interna do terrorismo de estado contra o resto da população.

Em todos esses anos embaixo do oceano congelado, o rock tinha sido resistência, o folk virou música de protesto junto com a música regional, e a protesta se fez ouvir primeiro na classe média, depois nas classes mais baixas. Era uma raiva que estava latente esperando por ser ouvida.

Os escândalos e os problemas econômicos fizeram o governo militar fugir e voltar correndo para os quartéis depois de muitos abusos de poder e de perder uma guerra, uma guerra injusta que não devia sequer ter sido provocada. A capa congelada que mantinha o sul do mundo na sua redoma branca começou finalmente a se quebrar.

Com a democracia, uma enxurrada de ar novo entrou levando o país numa correnteza que o tirou do final dos anos sessenta e o levou em meses até o começo dos oitenta.

Soda Estéreo oscilava entre um gótico e um punk bem comportado no seu simulacro de rebeldia como em ‘Cuando pase el temblor’ que fala mais de sua adolescência pulsando do que da terra tremendo.

Outros como Charly García não se davam ao luxo de sair mas encomendavam pilhas de discos e assim Bob Marley, Weather Report, The Clash entraram no cardápio. Charly Garcia também produziu jovens músicos na tentativa de modernizar o seu próprio repertório, o que funcionou, mas ele não conseguiu parar de ser Charly Garcia e sua música continuava a fazer sentido mas somente na direção do pop asséptico dos yuppies. Guitarras clean, reggae sabor lavanda, teclados de brilhantina.

Os velhos rockeiros perceberam que iriam ficar antiquados muito rapidamente e alguns como Miguel Abuelo embarcaram para os Estados Unidos para se ‘atualizar’.

Miguel Abuelo fazia sucesso com reggaes clean como ‘Sin gamulán’ ou ‘Mil horas’ onde a letra sugere ter um foguete na calça misturado com queixa de existirem guerras. O pop comportado invadiu as pistas das novas boates de Bs As com novos nomes, como Virus. Virus era uma banda de La Plata comandada por Federico Moura que também fazia sucesso com letras insinuantes mas ainda com uma música muito dependente do pop americano.

Mas estava explodindo o punk nas ruas das cidades de sub empregados, filhos da depressão dos anos oitenta, e então uma banda improvável de formação impossível surgiu como um foguete desde o fundo do oceano: Sumo.

Era puro punk, reggae e também ska, com músicas cantadas às vezes em inglês, às vezes em espanhol, às vezes nos dois idiomas.

Muitas delas tinham duplo sentido como “Nextweek” que parece Nesquik, o achocolatado mais famoso na Argentina. Luca na verdade pede desesperadamente por heroína, um pó amarronzado como o achocolatado, assim como Tim Maia pedia chocolate.

Com “Nextweek” Luca Prodan estava exorcizando demônios.

Luca era filho de uma senhora escocesa de família de comerciantes que casou com um italiano também comerciante. Meio italiano e meio escocês, inserido à força na alta sociedade inglesa, foi criado com frieza mas nas melhores escolas, tendo compartilhado aulas com o próprio príncipe Charles no Gordonstoun, um famoso e prestigiado colégio escocês. Era internato, então ele morava sozinho na Escócia enquanto seus pais moravam em Roma. A rotina do colégio era massacrante para o rebelde Luca, e em 1970 e ainda com 17 anos, um ano antes de concluir seus estudos, fugiu do colégio e depois de desaparecido foi procurado até pela Interpol (seus pais achavam que tinha sido sequestrado), e foi finalmente encontrado em Roma, onde tinha ficado esse tempo todo e só foi descoberto por um acidente bobo de trânsito.

Não se identificava com essa escola de líderes e sim com os esquecidos de sempre, com a escória orgulhosa de sua estirpe escocesa, com os ghettos das ex colônias britânicas, com os estrangeiros que sofriam bullying. Um deles, Timmy Mackern, de pais argentinos e que tinha estudado com ele, continuou seu amigo após os estudos e o encontrou em Londres.

Luca tinha empregos temporários e usava o tempo livre para visitar os shows dos bares underground dos ghettos onde os que aprendeu o punk surrado dos bairros de desempregados londrinos, o ska já misturado das colônias, o reggae que começava a conquistar os britânicos.

Sua inteligência e sua inovação musical o levaram a trabalhar em gravadoras mas seu ímpeto autodestrutivo o levava também a longas sessões de heroína. Maconha com seus colegas caribenhos, heroína dos londrinos, a vida de Luca ficou imersa numa névoa onde ele estava satisfeito.

Mas um dia sua irmã Cláudia saiu junto com o seu namorado de carro. Deixaram o carro ligado enquanto injetavam juntos uma última dose de heroína morrendo intoxicados de monóxido de carbono.

O suicídio inesperado de Claudia e o seu namorado bateu forte em Luca. Ele sentiu isso como um fracasso pessoal já que Cláudia tinha começado com a heroína junto a ele, e percebeu que precisava mudar de rumo se não queria terminar igual. E não, ainda não queria morrer como fica claro na música ‘Warm mist’, dedicada a Cláudia.

O pai de Timmy faleceu e ele voltou para Córdoba, na Argentina, e passou a viver por lá. Vendo seu amigo mais do que abatido, o chamou para viver lá, se desintoxicar, talvez começar de novo.

Luca deixou tudo para trás para viver no sul do sul do sul do mundo. Talvez fosse o reduto do terceiro mundo que esteve sempre esperando para ele brilhar. Abandonou de vez sua adicção pela heroína e a trocou pela música e altas ingestões de genebra.

Sumo começou primeiro em Córdoba e depois em Hurlingham, um distrito da grande Buenos Aires com uma tradição de famílias de operários ingleses. Eles ensaiavam na casa de Germán Daffunchio e depois tocavam nos ‘pubs’ da região. Sumo foi uma banda que nasceu underground, ganhava adeptos nas centenas a cada apresentação nos bares como Einstein onde também se apresentavam ‘Patricio Rey y sus Redonditos de Ricota’ e outras bandas entre o rock, o punk, o reggae e o ska.

Inicialmente eram mais de uma banda: a Hurlingham Reggae Band, Ojos de Terciopelo e Sumito, depois resumidas todas a Sumo. Começaram basicamente os mesmos músicos em todas elas: Germán Daffunchio na guitarra, Stephanie Nuttal na bateria, Alejandro Sokol no baixo e vozes e Ricardo Curtet também na guitarra.

Stephanie tinha vindo do Reino Unido a convite de Luca para formar a banda, mas depois da guerra de Malvinas as hostilidades com ingleses eram constantes. Luca nunca tinha tido uma bandeira e estava mais mimetizado, e era homem. Uma mulher baterista de uma banda punk na Argentina nos anos oitenta bem depois de uma guerra era coragem demais até para uma mulher como Stephanie, e ela voltou para o Reino Unido. Ela foi substituída por Alberto “Superman” Troglio. Ricardo Curtet também sai da banda depois do nascimento do seu filho, na época em que iriam entrar Diego Arnedo no baixo e por último Roberto Pettinato no sax e mais tarde ia também integrar a banda o grande guitarrista Ricardo Mollo.

Até para eles era estranho os mesmos integrantes tocarem reggae e punk pesado, mas os próprios fãs comemoravam e dançavam as músicas, e eles decidiram unir as bandas. Seu reggae e ska com inspiração junkie usa e abusa de ecos, baixos profundos e batidas contagiantes. Era um ar fresco, uma ilha de alívio para um jovem trabalhador no final do dia.

Umas das mágicas de Luca era escrever músicas com um enorme respeito à música regional argentina que se misturava com a música que o mundo estava ouvindo como em Regtest.

A sua idéia de reggae era resistência, uma mensagem profunda que pudesse chegar no máximo de mentes do terceiro mundo, como uma mensagem de esperança, ao menos de lhes dar um momento de sossego onde os jovens que nem trabalho direito tinha, pudessem descansar e dançar um pouco. O seu ska era quase um escapismo, até um ska junkie e recheado de referências a viver num mundo opressivo. O seu rock era uma explosão de críticas a uma sociedade que veladamente era machista e cheia de complexos de classe que sequer entendia direito seus problemas.

Suas músicas eram entregues em fitas cassete no final dos shows. No começo, de graça. Depois, compradas. E hoje são relíquias. Seu primeiro álbum, ‘Corpiños en la madrugada’, não foi gravado em estúdio. A febre se espalhou rápido no rock ausente e o pop vazio que para a maioria nada dizia. O punk de letras fortes, o reggae sincero e cru, o jeito de Luca, ora agressivo, ora introspectivo, fascinava a platéia.

Usavam muito eco e superposição de instrumentos. Havia muitas referências junkies nas letras e no inglês escondiam mensagens para não deixá-las tão evidentes.

Sumo sai dos bares underground do interior de Buenos Aires e explode na Argentina quando aparece em festivais de música renovando totalmente a cena do rock, mas mesmo assim sempre ficaram no underground.

Depois de aparecer em festivais e se consolidarem na cena underground argentina, conseguiram um contrato com a CBS e gravaram seu primeiro álbum em estúdio: “Divididos por la felicidad” numa clara homenagem à Joy Division. 

O lançamento coincidiu com uma apresentação num dos grandes estádios : o show no “Obras Sanitárias”, e pouco tempo depois tocaram junto aos Paralamas do Sucesso novamente no mesmo estádio. Também foram na mesma época para Uruguai.

Os primeiros dois grandes hits foram ‘Los viejos vinagres’ e ‘La rubia tarada’.

Uma música falando dos velhos que reprimem a atitude jovem de se renovar. Velhos não em idade e sim na sua atitude mesmo, como fica evidente na letra onde critica os jovens preocupados com sua aparência.

No final da música cita uma famosa frase de um poema de Rubén Darío ‘juventud, divino tesoro’ que se converteu numa consigna quando alguém tinha alguma atitude escrota, como para exorcizá-la e era cantada em coro nos festivais e nos bares onde Sumo tocava. Essa música ia ganhar sua versão de estúdio somente no segundo álbum.

A outra música criticando os jovens que valorizam a aparência e uma tentativa de viver num mundo de privilégios e ignorando o resto, na forma de uma ‘loraburra’ (rubia tarada) e um ‘pseudo-punkito’, um menino classe média que adere à moda punk mais pela moda que pela atitude. Luca renega os dois e declara que prefere beber uma genebra numa esquina qualquer e que essa seria a verdadeira Argentina, e com isso conquistou o coração de muitos jovens de classe baixa que não se identificavam com o rock progressivo por ser culto, nem o pop por ser da classe média, e nem com a música regional ou o tango por ser reverenciada pelos conservadores. 

A músicas das ruas era o punk, o reggae e o ska. E o rock estava na força deles todos, no seu interior.

A genebra já era muito consumida por ser mais barata para ficar bêbado mais rápido, e tem uma ressaca melhor que a de vinho barato.

Outro grande sucesso no primeiro álbum foi uma música com letra cedida pelo Indio Solari, o líder dos Redonditos e amigo pessoal deles, que falava dessa sociedade reprimida e com muitos problemas a resolver: “Mejor no hablar de ciertas cosas”.

É uma letra que mais sugere do que explica, que coloca esse sentimento de que há uma Argentina que precisamos entender e que está aparecendo mesmo que não se fale dela.

Depois do primeiro álbum começam a chover propostas para tocar desde nos grandes festivais, seus hits tocam pouco mas tocam nas rádios, mesmo que não nos horários pico, e aparecem até nos programas de música da TV. Sim, a TV dos anos 80 era bem estranha.

O sotaque despersonalizado de Luca (‘la rubia’, ‘arasou a tu ciudad’) deixava os jornalistas intrigados que ele ridiculariza na sua pronúncia errada de palavras inglesas.

Mesmo assim o passado junkie de Luca e seu jeito impessoal de ver o sucesso da banda é interpretado pelos meios como arrogância, quando era indiferença. Para ele o que importava era fazer shows intensos, músicas intensas, não cantar afinado ou sorrir para a câmera.

Luca dava tudo no cenário de uma forma que deixava impressionados até os punks mais destrutivos, faziam shows exaustivos toda semana e ainda bebia a sua adorada genebra até cair.

O segundo álbum “Llegando los Monos” saiu quase na sequência, afinal a produção musical do grupo tinha começado 5 anos antes e já tinham muito material. É o disco mais celebrado deles até hoje e tem várias músicas consagradas como “El Ojo Blindado”, “Estallando desde el océano”, “Nextweek”, “Los viejos vinagres” e “Heroin”.

Ele foi apresentado no estádio Obras e tocado no Uruguai e depois no Chile  na Villa del Mar num festival com bandas argentinas e chilenas.

A maioria das músicas eram punk rock mas há reggaes memoráveis como “Que me pisen”, uma crítica anti nacionalista, ou “No good” onde narra como era um namorado desprezado pelos sogros por não ter um emprego fixo ou uma profissão.

Certa vez antes de começar um ensaio ouviu o batera Alberto ‘Superman’ brincando de marcha e Luca sentou na bateria para mostrar como tocar da forma que ele tinha aprendido no colégio. O espírito escocês apareceu e ele lembrou das gaitas imaginando um novo tema. Mollo conseguiu reproduzir as gaitas na guitarra para soarem como os clãs na Escócia. E assim Luca conseguiu a base para uma das músicas mais potentes de Sumo, inspirado num grito de guerra de clãs: Crua Chan. 

Luca conta a estória da batalha de Culloden, quando os clãs da Escócia em 1746 se uniram contra os ingleses de casaca vermelha. Com isso associou a Escócia do século XVIII à Argentina que tinha acabado de lutar e morrer uma guerra contra o mesmo inimigo.

Foi sua declaração final para entendermos que ele se sentia como um dos caídos pelos ingleses. Gritou na nossa fuça a diferença óbvia entre um inglês dominador e um escocês dominado. Ele descreveu os escoceses como os argentinos, caídos em batalha e orgulhosos de morrer em armas.

É um rock intenso com a força da marcha e a intensidade dos perdedores que jamais se rendem, que irão lutar até em Wembley, até nos pubs.

Crua Chan abria muitas vezes os shows para fazer a galera pular como nunca, e era um dos bis mais pedidos.

Sumo lança seu terceiro disco, mais elaborado, no seu auge: After Chabon, que abre com Crua Chan e tem muitas outras músicas que viraram clássicos, pérolas do rock argentino, como ‘No tan distintos’ ou ‘Mañana en el Abasto’ mostrando mais de um Luca introspectivo.

A rotina ficou forte. Tinham shows toda semana, geralmente mais de um, muitas vezes em mais de uma cidade.

Enquanto saía o terceiro disco “After Chabon” participaram de festivais muitas vezes junto com outra banda amiga e que já teve integrantes tocando nas duas bandas: “Patricio Rey y sus Redonditos de Ricota”. O público era o mesmo, a vontade de dançar e de protestar também.

Era era a rotina que Luca queria: shows, muitos shows. Fins de semana ensaiando ou descansando para pensar novas músicas. Sua cabeça fervilhava de idéias. Mas ficava mais magro a cada dia.

Seus shows ficavam cada vez mais cheios , a febre estava só começando no interior e começaram a viajar mais longe.

A rotina exaustiva de shows já funcionava há meses em que Luca comia fast food e bebia litros de genebra. Estava magro e sem forças.

Fez um show em dezembro de 1987 em que não lhe restavam forças, saiu cedo, foi dormir. E nunca mais acordou. Em 22 de dezembro os seus amigos de banda foram chamá-lo mas não acordou mais. Tinha 34 anos.

A causa da morte foi paro cardíaco. Provavelmente o último empurrão foi a bebida, mas o seu corpo já tinha sido afetado. Sabemos por quem. Por ela, sua noiva mortal da qual teve mais de uma overdose quando morava em Londres.

A sua noiva mortal o perseguiu na Argentina, mesmo não tendo consumido, estava na sua cabeça, saiu de suas veias mas ficou nos seus pensamentos. Ela, o chamando para o sono eterno. Tão suave e enganadora como uma propaganda de xampu.

Depois de sua morte os integrantes de Sumo formaram duas bandas: Divididos e Las Pelotas. A lenda diz que saíram de um comentário único (“Divididos ? Uma ova!”), mas também ‘Divididos’ era um quase codinome de Sumo desde o álbum ‘Divididos por la felicidad’.

O final dos anos oitenta terminou de forma trágica no rock argentino: logo depois de Luca morreram Miguel Abuelo em março de `88 e em dezembro do mesmo ano morreria Federico Moura, da banda Vírus, os dois vítimas da AIDS.

O que surpreende em Luca é que naquele momento em Londres Luca podia ter morrido. Ou desistido. Mas levantou, quis continuar, começou de novo, do zero, quis ter uma vida no sul do sul do sul do mundo, se dedicar completamente a sua paixão, a música, recheá-la com suas letras, seus anseios, suas preocupações.

Nos mostrou o óbvio, que éramos uma sociedade careta e que não se conhecia, nos mostrou que estávamos numa redoma da qual tínhamos saído e não voltariamos nunca mais. Quis nos dar oito longos anos de música, rebeldia, nos entregando sua alma até seu último suspiro sem pedir nada mais do que poder gritar com liberdade, nos fazendo dançar para espantar velhos fantasmas e também refletir e sermos melhores.

Ganhou milhões de fãs latinos que o idolatram até hoje e que festejam sua música rebelde que iniciou um ciclo de uma forma única e autêntica, uma voz desde os caídos na relva escocesa até os caídos nas ilhas esquecidas do sul, na vida injusta dos subúrbios, dos que precisavam uma voz de alento, um grito de protesto, uivando para a liberdade.


Comments

One response to “Transcrição do episódio #9: Luca”

  1. […] A transcrição do episódio está aqui. […]

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