Já sabemos o que fazem os milicos de toda a América Latina. Embora queiram se associar aos libertadores que lutaram contra monarquias européias, a verdade é que essa casta armada é filha dessas monarquias. Tanto é que não reivindicam lutar contra o colonialismo e sim contra os monarcas europeus. Sempre quiseram ser a força contra os monarcas europeus, a favor dos monarcas das colônias.
Esses mesmos milicos reivindicam a memória do Duque de Caxias.
Até onde sei Duque é um título monárquico. Sim, o tal Luis Alves Lima e Silva foi membro do partido Conservador e combateu as revoluções que tentavam derrubar o monarca agora brasileiro, o braço da monarquia portuguesa que tomou o poder da colônia.
Não é coincidência que milicos atuais reivindiquem o Duque de Caxias. É uma característica de uma casta que se sente parte do Brasil mas não da República, e ainda espera voltar a tomar o poder, seja da mão dos ultraliberais, seja da mão de um maluco qualquer da extrema direita. A liderança das forças armadas continua estando na mão das famílias imperiais e dos grandes donos de terras, que tem um plano exploratório para o Brasil igualzinho ao plano monarquista português.
E não é coincidência terem protagonizado o pior governo em cuidado da saúde, na política internacional, na coordenação política… Porque a visão dos militares está em 64, no mundo da guerra fria, nos preconceitos de um mundo pós-guerra, num mundo ultra eurocentrista, que aceita a duras penas que povos originários tenham direitos ou sejam humanos.
É difícil pedir para um já idoso Lula combater essa elite idosa porém bem articulada da hierarquia militar, mas ela precisa ser extirpada do controle militar. Sim, isso passa por condenar, afastar e limitar atuais lideranças e colocar outras, mas a outra alternativa é que esse braço armado de lobos nunca domesticados volte a atacar um outro dia que sinta que a república enfraquece.
Tem que eliminar de uma vez por todas essa sanha militar de se acreditarem a força que permite que haja democracia, porque quando contrariados sempre teremos um novo 8 de janeiro.
Porque é sempre bom lembrar: milico é, sempre foi e sempre será golpista.
(Imagem de capa: imagem alterada a partir de foto de Eraldo Peres)
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